Crises Emocionais no Borderline: Como Controlar os Impulsos

Foto de Marcelo Paschoal Pizzut – Psicólogo Especialista em TPB

Como Controlar Crises no Transtorno de Personalidade Borderline (TPB)

Autor: Marcelo Paschoal Pizzut – Psicólogo Especialista em TPB

Contato: WhatsApp +55 51 99504 7094

Valor da sessão: R$ 50,00 (50 min)

Site: https://psicologo-borderline.online/

Registro Profissional: CRPRS

Entendendo as Crises no TPB

Pessoas com Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) frequentemente enfrentam crises emocionais intensas, marcadas por:

  • Ondas avassaladoras de raiva, tristeza ou vazio;
  • Pensamentos extremistas (“tudo ou nada”);
  • Comportamentos impulsivos e autodestrutivos (automutilação, gastos excessivos, abuso de substâncias).

💡 O desafio não é evitar as emoções, mas aprender a navegar por elas sem causar danos a si mesmo ou aos outros.


5 Estratégias para Controlar os Impulsos Durante uma Crise

1️⃣ Técnica de “Aterramento” (Grounding)

Quando a emoção parece incontrolável, traga-se de volta ao presente:

  • Toque um objeto e descreva sua textura (“Esta caneta é lisa e fria”);
  • Nomeie 5 coisas que você vê, 4 que ouve, 3 que toca;
  • Respire fundo, contando até 4 na inspiração e 6 na expiração.

2️⃣ Atrase a Reação (Regra dos 15 Minutos)

Antes de agir por impulso:

  • Espere 15 minutos;
  • Distraia-se (ouça música, lave o rosto, desenhe);
  • Reavalie se a ação ainda parece necessária.

3️⃣ Use o Diário das Emoções

Escreva sem filtro:

  • O que disparou a crise (ex.: uma mensagem não respondida);
  • Quais pensamentos passaram pela sua cabeça (“Ela me odeia”);
  • Como seu corpo reagiu (coração acelerado, tremores).

📌 Padrões surgem – e fica mais fácil prever e evitar crises futuras.

4️⃣ Crie um “Kit de Emergência” Pessoal

Tenha à mão:

  • Uma playlist calmante;
  • Fotos ou mensagens que tragam conforto;
  • Gelo (segurar na mão pode “desligar” a urgência de se machucar).

5️⃣ Lembre-se: “Isso Vai Passar”

Emoções são como ondas – atingem um pico e depois recuam. Repita:

“Estou sentindo [raiva/medo/vazio] agora, mas isso não durará para sempre.”


O Que Piora as Crises?

  • Julgamentos (“Por que você não se controla?”);
  • Isolamento (ficar sozinho com pensamentos negativos);
  • Substâncias (álcool e drogas amplificam a impulsividade).

Quando Buscar Ajuda Urgente

  • ⚠️ Se houver risco iminente de suicídio;
  • ⚠️ Se os impulsos estão destruindo sua vida (dívidas, perda de relacionamentos);
  • ⚠️ Se você não consegue sair sozinho do ciclo de crises.

Tratamentos que Podem Mudar Tudo

  • DBT (Terapia Comportamental Dialética): A mais eficaz para TPB, ensina tolerância ao sofrimento e regulação emocional;
  • Medicação: Estabilizadores de humor podem reduzir a intensidade das crises.

Você Não Está Sozinho(a)

Crises não definem quem você é. Com ferramentas certas e apoio, é possível:

  • Reduzir a frequência das explosões emocionais;
  • Recuperar o controle das suas ações;
  • Reconstruir sua vida com mais segurança.

A estrutura e previsibilidade na rotina são extremamente benéficas para pessoas com Transtorno de Personalidade Borderline. A instabilidade emocional muitas vezes se reflete em hábitos desorganizados, dificuldades para manter compromissos e uma sensação constante de caos interno. Criar uma rotina diária, com horários definidos para atividades como alimentação, sono, trabalho e autocuidado, ajuda o paciente a construir uma base de segurança e estabilidade externa. Essa previsibilidade reduz a sensação de descontrole e contribui para o equilíbrio emocional, além de facilitar o engajamento em processos terapêuticos e no desenvolvimento de objetivos a longo prazo.

Por fim, o trabalho com a autolesão e comportamentos de risco é uma prioridade no tratamento. Muitas pessoas com TPB recorrem à automutilação, ao uso de substâncias ou a comportamentos impulsivos como formas de aliviar uma dor emocional insuportável. A abordagem terapêutica precisa ser acolhedora, sem julgamento, e ao mesmo tempo ativa na busca por estratégias alternativas para lidar com o sofrimento. Ensinar técnicas de substituição, como usar gelo no lugar de se cortar ou escrever cartas nunca enviadas, pode ser o início de uma nova forma de relação com a dor. Com o tempo, o paciente aprende que é possível suportar o sofrimento sem se machucar — um aprendizado libertador e profundamente transformador.

A comunicação assertiva também ocupa um papel central no tratamento do Transtorno de Personalidade Borderline. Treinar habilidades de comunicação em terapia ajuda a expressar necessidades e sentimentos de forma clara, reduzindo conflitos e rejeições.

Além disso, trabalhar com valores e propósito de vida é fundamental. Explorar o que realmente importa pode combater o vazio crônico, ajudando a construir uma vida mais consistente e gratificante.

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