A vergonha de ir ao psicólogo é um fenômeno amplamente estudado na psicologia, especialmente dentro das abordagens psicanalítica, humanista e cognitivo-comportamental. Sigmund Freud, por exemplo, acreditava que essa resistência ao tratamento poderia estar ligada a mecanismos de defesa, como a repressão e a negação. Para Freud, muitas pessoas evitam a terapia porque o inconsciente teme que conteúdos reprimidos venham à tona, gerando ansiedade.

Já Carl Rogers, fundador da Abordagem Centrada na Pessoa, destacava que a vergonha pode surgir quando o indivíduo sente que sua vulnerabilidade não será aceita ou compreendida. Segundo ele, um ambiente terapêutico empático e livre de julgamentos é essencial para que o paciente se sinta seguro para se expressar.

Dentro da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), Aaron Beck e Albert Ellis explicam a vergonha de buscar terapia como resultado de crenças disfuncionais, como “pedir ajuda é sinal de fraqueza” ou “eu deveria ser capaz de resolver meus próprios problemas”. A TCC trabalha para desconstruir essas crenças e promover um pensamento mais saudável sobre a importância do autocuidado psicológico.

No contexto social, a vergonha de buscar ajuda psicológica também pode estar relacionada ao estigma da saúde mental, que ainda faz muitas pessoas verem a terapia como algo apenas para os “fracos” ou “doentes”. No entanto, especialistas reforçam que cuidar da mente é tão essencial quanto cuidar do corpo, e que a terapia é um recurso valioso para qualquer pessoa, independentemente de sua situação emocional.