Carl Gustav Jung via a ansiedade como um fenômeno profundo relacionado ao processo de individuação, ou seja, ao desenvolvimento da identidade e da totalidade do self. Para Jung, a ansiedade surge quando há um conflito entre o consciente e o inconsciente, especialmente quando aspectos reprimidos da psique tentam emergir à consciência. Esses aspectos podem ser traumas, desejos não reconhecidos ou partes da personalidade que foram negadas ao longo da vida.

Além disso, Jung acreditava que a ansiedade pode ser um sinal de transformação, indicando que o indivíduo precisa mudar sua perspectiva ou integrar novos aspectos da sua personalidade. Muitas vezes, a ansiedade aparece quando uma pessoa está presa a uma identidade limitada e teme explorar novas possibilidades. Nesse sentido, ela não é apenas algo negativo, mas também um chamado para o crescimento e a evolução psicológica.

Outro conceito importante é a sombra, que representa os aspectos ocultos e não aceitos da personalidade. Quando esses conteúdos reprimidos não são trabalhados, eles podem se manifestar como ansiedade, medos inexplicáveis ou até sintomas físicos. Para Jung, enfrentar a sombra e trazer esses conteúdos à consciência é essencial para reduzir a ansiedade e alcançar um estado de maior equilíbrio interno.

Dessa forma, Jung não via a ansiedade apenas como um sintoma a ser eliminado, mas como um convite para o autoconhecimento e a transformação. Ele acreditava que compreender os símbolos e arquétipos do inconsciente poderia ajudar a lidar com a ansiedade de maneira mais profunda e significativa.