Não há uma razão clara que explique por que algumas pessoas apresentam dificuldades associadas ao TPB. Este diagnóstico é mais frequentemente atribuído às mulheres do que aos homens – mais pesquisas são necessárias para entender por que isso ocorre. No entanto, o TPB pode afetar pessoas de todos os gêneros e origens.

Pesquisadores acreditam que o TPB é causado por uma combinação de fatores, incluindo:

• Eventos de vida estressantes ou traumáticos;
• Fatores genéticos.

Uma das coisas com as quais lutei foi o sentimento de “por que eu” – senti que outros haviam passado por coisas muito piores e conseguiram lidar, então por que eu não conseguia? Com o tempo, percebi que muitos problemas de menor gravidade são tão válidos quanto alguns traumas maiores para justificar as dificuldades.

Eventos de vida estressantes ou traumáticos
Se você recebe um diagnóstico de TPB, é mais provável que tenha passado por experiências difíceis ou traumáticas durante a infância, tais como:

• Ter frequentemente se sentido com medo, abalado, desamparado ou invalidado;
• Dificuldades familiares ou instabilidade, como viver com um pai ou cuidador que enfrentava um vício;
• Abuso sexual, físico ou emocional ou negligência;
• Perda de um dos pais.

Experiências difíceis na infância podem levar você a desenvolver estratégias de enfrentamento particulares ou crenças sobre si mesmo e outras pessoas. Com o tempo, estas podem se tornar menos úteis e causar sofrimento. Você também pode estar lutando com sentimentos de raiva, ansiedade e depressão.

Você também pode vivenciar TPB sem ter qualquer histórico de eventos traumáticos ou estressantes. Ou pode ter enfrentado outros tipos de experiências difíceis.

Se você já vivencia algumas dessas dificuldades, então a experiência de estresse ou trauma na vida adulta pode piorar as coisas.

Por não ter muitas memórias de comportamento emocional saudável ou de relacionamentos saudáveis, sinto-me totalmente perdido ao lidar com essas questões. Quando sou decepcionado, isso apenas reforça minha crença de que o mundo é cheio de pessoas ruins que não serão gentis – como meus pais.

Fatores genéticos
Você tem mais chances de receber um diagnóstico de TPB se alguém em sua família próxima também tem. Isso sugere que fatores genéticos podem contribuir para o TPB. No entanto, sabemos também que o ambiente em que crescemos e nossos primeiros relacionamentos podem impactar a maneira como pensamos, sentimos e nos comportamos como adultos. Portanto, é difícil para os pesquisadores saber exatamente quanto os genes desempenham um papel.

É possível que uma combinação de fatores esteja envolvida. A genética pode torná-lo mais vulnerável a desenvolver TPB. Enquanto isso, experiências de vida estressantes, difíceis ou traumáticas podem então desencadear essas vulnerabilidades. Mais pesquisas são necessárias para entender essa área.

Eu vi meus pais e membros da família se comportarem de maneira descontrolada regularmente e pensei que isso era normal.

Crianças e jovens podem ser diagnosticados com TPB?
É muito difícil diagnosticar TPB em crianças e jovens porque você passa por muitas mudanças à medida que cresce. No entanto, você pode receber o diagnóstico na adolescência se suas dificuldades durarem tempo suficiente e o TPB for o diagnóstico que melhor corresponde ao que você está vivenciando.

Marcelo Paschoal Pizzut é um psicólogo renomado e especialista em Transtorno de Personalidade Borderline (TPB). Além de sua vasta experiência clínica e acadêmica na área, Marcelo também compartilha uma perspectiva pessoal única, pois ele próprio é portador de TPB. Essa vivência pessoal enriquece seu trabalho, permitindo-lhe oferecer uma compreensão mais profunda e empática tanto no tratamento quanto na educação sobre o transtorno, destacando-se como um profissional dedicado a melhorar a vida dos que sofrem com essa condição complexa.