Estágios do sono

 O fascinante mundo dos estágios do sono: Uma jornada através da mente adormecida

O sono, essa incrível e essencial função do corpo humano, é um fenômeno complexo e altamente estruturado, dividido em vários estágios. Antes de 2007, eram reconhecidos cinco estágios do sono, mas desde então, os estágios 3 e 4 foram combinados, resultando em quatro estágios distintos. Vamos embarcar numa jornada detalhada através desses estágios e desvendar os mistérios do nosso sono.

Os Estágios do Sono Não-REM

Estágio 1: O Início Leve do Sono

O primeiro estágio do sono não-REM (NREM) é um sono leve, marcado por movimentos lentos dos olhos e pela presença de ondas theta no cérebro. Este estágio é uma espécie de introdução ao sono, preparando o corpo e a mente para uma noite de descanso.

Estágio 2: Relaxamento Muscular e Atividade Cerebral

No segundo estágio do sono NREM, ocorre um relaxamento mais profundo dos músculos. Aqui, a eletroencefalografia (EEG) revela fenômenos interessantes como os fusos do sono — rajadas de atividade cerebral rítmica — e os K-complexos, ondas de alta amplitude e curta duração. Este estágio é crucial para o descanso reparador.

Estágio 3: O Sono Profundo

O terceiro estágio, também conhecido como sono de ondas lentas, é o mais profundo do sono NREM. Durante este estágio, ondas delta emergem e o cérebro se torna menos responsivo a estímulos externos. Acordar alguém neste estágio é uma tarefa difícil. A atividade cerebral continua a desacelerar, alcançando o ponto em que predominam as ondas delta, as mais lentas.

O Estágio REM: Um Estado Único de Sono

Após aproximadamente 90 minutos desde o início do sono, entramos no estágio do sono REM (Movimento Rápido dos Olhos). O sono REM é caracterizado principalmente por movimentos rápidos dos olhos e é o quarto estágio do sono. Este estágio é compartilhado por outros mamíferos, aves e répteis.

A descoberta do sono REM por Eugene Aserinsky, um estudante de graduação em fisiologia na Universidade de Chicago, e pelo fisiologista Nathaniel Kleitman em 1953, revolucionou a pesquisa científica sobre o sono. Eles descobriram que, durante o sono REM, o cérebro está em um estado ativo semelhante ao da vigília, alternando com períodos de sono quiescente.

Durante o sono REM, várias mudanças fisiológicas ocorrem. A frequência cardíaca e a respiração aceleram, a pressão sanguínea aumenta e a regulação da temperatura corporal se torna menos eficiente. A atividade cerebral eleva-se ao mesmo nível da vigília. No entanto, o resto do corpo fica praticamente paralisado até que deixemos o sono REM.

Segundo um estudo de 2012 com ratos da Universidade de Toronto, essa paralisia ocorre quando os neurotransmissores ácido gama-aminobutírico (GABA) e glicina desativam a atividade nos motoneurônios. Essa paralisia pode ser uma maneira da natureza evitar que atuemos fisicamente nossos sonhos. Caso contrário, se estivesse dormindo ao lado de alguém sonhando em jogar futebol, você poderia acabar sendo chutado repetidamente enquanto dorme.

Ao longo da noite, passamos por esses quatro estágios várias vezes. Cada ciclo subsequente inclui mais sono REM e menos sono profundo (estágio 3). À medida que um adulto típico se aproxima do fim do seu período de sono, o sono REM aumenta e o estágio 2 representa a maior parte do sono NREM.

Os padrões de sono mudam com a idade. O tempo total que passamos dormindo diminui (embora precisemos da mesma quantidade de sono dos nossos 20 anos até a velhice); a proporção de tempo que passamos no sono de ondas lentas e no sono REM diminui; e nossa capacidade de manter o sono também diminui. No entanto, a arquitetura do sono, ou a estrutura básica do sono normal, varia de acordo com a idade.

Embora a maioria dos sonhos ocorra durante o sono REM, eles podem acontecer em qualquer um dos estágios do sono. A maioria dos sonhos NREM, no entanto, não tem a intensidade e a estrutura narrativa dos sonhos REM. E é mais provável que nos lembremos dos sonhos que temos durante o sono REM. A duração dos sonhos varia. É difícil dizer exatamente quanto tempo eles duram, mas sonhamos várias vezes por noite, e os sonhos provavelmente duram de alguns minutos a mais de 30 minutos. Podemos passar cerca de duas horas sonhando cada noite.

Ondas Cerebrais e o Sono

Nossos cérebros oscilam através de cinco tipos de ondas cerebrais: delta, theta, alfa, beta e gama. Cada tipo representa uma velocidade diferente de voltagens elétricas oscilantes no cérebro. Delta, a mais lenta (0,5-4 hertz), está presente no sono profundo. Theta (4-8 hertz) está presente no estágio um, quando estamos em sono leve. As ondas alfa, operando a 8-12 hertz, ocorrem durante o sono REM (assim como quando estamos acordados). As ondas beta (12-35 hertz) são geralmente associadas a uma mente ativa, ocupada ou ansiosa e situações que exigem forte concentração mental. As ondas gama (35-100 hertz) estão envolvidas na atenção, memória de trabalho, processos de memória de longo prazo e alguns distúrbios psiquiátricos. As ondas beta e gama ocorrem espontaneamente durante o sono REM.

Este panorama detalhado dos estágios do sono nos oferece uma compreensão mais profunda de como nosso cérebro e corpo funcionam enquanto descansamos. Compreender esses mecanismos pode nos ajudar a melhorar a qualidade do nosso sono e, por consequência, a qualidade de vida.

Marcelo Paschoal Pizzut

Em meio às incertezas da vida, encontre amor em cada gesto, esperança em cada amanhecer e paz em cada respiração. Acredite no poder do amor para unir corações, na esperança para superar desafios e na paz interior para irradiar harmonia ao mundo. Que o amor nos guie, a esperança nos inspire e a paz nos envolva em todos os momentos da jornada. Que essas três preciosidades sejam nossa força para construir um mundo melhor. Ame, espere e viva em paz.
Marcelo Paschoal Pizzut
Psicólogo Clínico

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