Intensidade Emocional do TPB

 A Intensidade Emocional do TPB: Uma Perspectiva Psicanalítica

Ao examinar a intensidade emocional do Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) sob a lente da psicanálise, somos imediatamente levados ao domínio das emoções, conflitos internos, defesas e padrões relacionais. A psicanálise, originada dos trabalhos de Sigmund Freud, busca compreender o funcionamento da mente humana, enfocando a dinâmica inconsciente e suas manifestações na vida cotidiana.

Intensidade Emocional em TPB

Os indivíduos com TPB frequentemente sentem emoções de forma mais intensa, prolongada e variável do que outros. Sua resposta emocional é frequentemente descrita como uma montanha-russa: flutuando entre extremos sem uma base estável de regulação emocional.

O Inconsciente e TPB

De acordo com a psicanálise, todos nós temos um repositório de memórias, desejos e conflitos inconscientes que influenciam nosso comportamento. Nos casos de TPB, pode-se argumentar que estas emoções intensas são manifestações de conflitos inconscientes não resolvidos. Estes conflitos podem ter origem em traumas da infância ou experiências de abandono/negligência que permanecem não elaborados e, portanto, continuam a influenciar o comportamento e a experiência emocional do indivíduo.

Mecanismos de Defesa e TPB

Outro conceito crucial da psicanálise é o uso de mecanismos de defesa. Estes são estratégias inconscientes que usamos para nos proteger de pensamentos e sentimentos dolorosos ou ameaçadores. Em indivíduos com TPB, mecanismos de defesa como a projeção (atribuir sentimentos indesejáveis a outros) e a cisão (ver as coisas em termos de tudo ou nada, bom ou mau) são comuns. Esses mecanismos podem servir para proteger o ego de uma sensação avassaladora de desamparo ou raiva, mas também podem contribuir para os padrões de relacionamento volátil e a visão polarizada de si mesmo e dos outros.

Relações Objetais e TPB

A teoria das relações objetais, um ramo da psicanálise, sugere que nossos primeiros relacionamentos, especialmente com nossos cuidadores, formam “objetos internos” ou representações mentais de nós mesmos em relação aos outros. Se essas primeiras experiências forem de abandono, inconsistência ou invalidação, podem levar a representações internas perturbadas. Para aqueles com TPB, essas representações são frequentemente caracterizadas por sentimentos de vazio, medo de abandono e relações interpessoais tumultuadas.

Paralelo entre TPB e Psicanálise

Ao comparar a compreensão psicanalítica com a compreensão contemporânea do TPB, encontramos semelhanças e diferenças. Ambas as perspectivas reconhecem a profundidade e a intensidade da dor emocional experimentada por aqueles com TPB. No entanto, enquanto a psicanálise foca em conflitos internos e inconscientes como uma fonte primária de sofrimento, abordagens mais modernas, como a Terapia Comportamental Dialética (DBT), focam em habilidades de regulação emocional e mudança comportamental.

É essencial reconhecer a importância de ambas as perspectivas ao abordar o TPB. Enquanto a psicanálise oferece uma compreensão profunda dos conflitos internos, traumas e padrões relacionais, a DBT e outras terapias focadas em habilidades oferecem ferramentas práticas para ajudar os indivíduos a gerenciar sua intensidade emocional no dia a dia.

Em conclusão, a intensidade emocional do TPB é multifacetada e, para uma abordagem terapêutica abrangente, é crucial considerar tanto as raízes profundas de conflitos inconscientes quanto as estratégias práticas de regulação emocional.

Marcelo Paschoal Pizzut

Em meio às incertezas da vida, encontre amor em cada gesto, esperança em cada amanhecer e paz em cada respiração. Acredite no poder do amor para unir corações, na esperança para superar desafios e na paz interior para irradiar harmonia ao mundo. Que o amor nos guie, a esperança nos inspire e a paz nos envolva em todos os momentos da jornada. Que essas três preciosidades sejam nossa força para construir um mundo melhor. Ame, espere e viva em paz.
Marcelo Paschoal Pizzut
Psicólogo Clínico

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