Fibromialgia (FM)
Fibromialgia (FM) e Transtorno de Personalidade Borderline (TPB)
A coexistência de fibromialgia (FM) e Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) é uma área de pesquisa que ganhou interesse nos últimos anos. A presença simultânea de ambas as condições pode ser explicada por diversas razões:
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Natureza do Estresse e Trauma: Pacientes com TPB frequentemente possuem históricos de traumas, especialmente na infância. O estresse crônico e traumas podem levar a alterações na forma como o corpo processa a dor, potencialmente predispondo alguns indivíduos ao desenvolvimento de FM.
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Sobreposição de Sintomas: Ambas as condições apresentam sintomas que podem se sobrepor, como fadiga, distúrbios do sono e problemas de concentração. A presença desses sintomas em ambas as condições pode tornar mais provável o diagnóstico concomitante.
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Hipersensibilidade Emocional e Física: O TPB é caracterizado, em parte, por uma hipersensibilidade emocional. Esta hipersensibilidade também pode se estender à percepção da dor, tornando os pacientes mais sensíveis a estímulos dolorosos e potencialmente mais suscetíveis a condições como a FM.
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Mecanismos Neurobiológicos: Algumas pesquisas sugerem que tanto pacientes com FM quanto aqueles com TPB possuem alterações nos neurotransmissores e sistemas neuromoduladores que podem afetar a percepção da dor e a regulação emocional.
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Visão da Dor: Indivíduos com TPB podem ter uma maior tendência a expressar seu sofrimento emocional através de sintomas físicos. Portanto, a dor crônica pode se tornar uma manifestação de sua instabilidade emocional.
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Diagnóstico Comórbido: Em alguns casos, a presença de sintomas emocionais graves e dor crônica pode resultar em ambos os diagnósticos, mesmo que um deles seja a causa subjacente principal dos sintomas.
É importante destacar que, enquanto há uma coexistência observada entre FM e TPB, nem todos com TPB têm FM, e nem todos com FM têm TPB. A relação entre as duas condições é complexa e requer uma avaliação cuidadosa por profissionais de saúde para garantir um diagnóstico preciso e um tratamento apropriado. A pesquisa nessa área ainda é emergente, e mais estudos são necessários para entender completamente as interações entre estas condições.
Marcelo Paschoal Pizzut
Psicólogo Clínico
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