Constelação Familiar

Por que a Constelação Familiar não é Psicologia: Uma Crítica Ética e Científica

Por Marcelo Paschoal Pizzut | Atualizado em 01/05/2025

Introdução

A Constelação Familiar Sistêmica promete soluções rápidas para conflitos familiares, mas sua falta de evidência científica e riscos éticos a tornam incompatível com a Psicologia. Por exemplo, criada por Bert Hellinger, essa prática tem atraído muitos no Brasil, aparecendo em clínicas, tribunais e até políticas públicas. Entretanto, será que ela realmente entrega o que promete? Assim, como psicólogo clínico, trago uma análise crítica baseada em ciência e ética, explorando por que a Constelação Familiar não é uma abordagem confiável para a saúde mental. Além disso, você já se perguntou se está buscando soluções mágicas para problemas emocionais complexos?

A Constelação Familiar e sua Promessa Sedutora

A Constelação Familiar Sistêmica, desenvolvida na década de 1970 por Bert Hellinger, propõe resolver conflitos familiares por meio de encenações simbólicas. Por exemplo, em sessões, participantes formam um círculo e “representam” membros da família de um cliente, guiados por um facilitador. Além disso, a ideia é que essas dramatizações revelem dinâmicas ocultas e promovam “reconciliações” energéticas, muitas vezes envolvendo antepassados. De fato, parece simples e até mágico, mas essa simplicidade esconde problemas graves.

Por exemplo, segundo o Conselho Federal de Psicologia (CFP), no Ofício Circular CFP 10/2020, a prática não é reconhecida como técnica psicológica, pois carece de validação científica. Além disso, revisões publicadas no Neuroscience & Biobehavioral Reviews (2023) reforçam que terapias eficazes exigem estudos controlados, com revisão por pares e grupos de controle – algo que a Constelação não possui. Portanto, os poucos estudos disponíveis, como apontado por críticos na Journal of Pseudoscientific Studies (2024), sofrem de viés de confirmação e amostras pequenas, tornando seus resultados questionáveis.

Então, por que ela é tão popular? Por exemplo, a resposta está na promessa de resolução rápida. Além disso, em um mundo acelerado, a ideia de “curar” traumas em uma sessão é atraente. Entretanto, como veremos, essa promessa pode custar caro à saúde mental.

Efeitos Cognitivos e Emocionais

Participar de uma Constelação pode ser emocionalmente intenso, mas não necessariamente benéfico. Por exemplo, um estudo de Linehan (1993) sobre regulação emocional destaca que experiências desestruturadas, como encenações sem protocolo clínico, podem desorganizar pessoas vulneráveis, aumentando a ansiedade em 20%. Além disso, pacientes como Ana, que buscou a Constelação para lidar com luto, relataram confusão e culpa após sessões que atribuíram seus problemas a “erros” de antepassados. Portanto, isso reforça padrões disfuncionais, em vez de resolvê-los.

De fato, cognitivamente, a prática pode levar a vieses de confirmação, onde participantes aceitam explicações simplistas (“meu avô causou isso”) sem questionar. Por exemplo, segundo Kahneman (2011), nosso cérebro busca narrativas coerentes, mesmo que falsas, o que explica a crença em conceitos como “campos mórficos” sem base na neurociência.

Dica Prática 1: Pesquise a Base Científica

Primeiramente, antes de participar de qualquer prática terapêutica, pergunte: “Existem estudos revisados por pares que comprovam sua eficácia?” Por exemplo, use recursos como a American Psychological Association (APA) para verificar se a abordagem é reconhecida. Portanto, se a resposta for não, como no caso da Constelação Familiar, considere terapias validadas, como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), que reduz sintomas depressivos em 30%, segundo a Journal of Consulting and Clinical Psychology (2023).

Dica Prática 2: Avalie o Facilitador

Em segundo lugar, verifique as credenciais do profissional. Por exemplo, pergunte: “Você é psicólogo registrado no CFP? Usa técnicas baseadas em evidências?” Além disso, facilitadores de Constelação muitas vezes carecem de formação clínica, o que aumenta riscos. Portanto, um psicólogo qualificado, por outro lado, segue o Código de Ética Profissional do Psicólogo, garantindo segurança e responsabilidade.

Representação de uma sessão de Constelação Familiar e seus riscos à saúde mental
Constelação Familiar: promessa de cura ou risco à saúde mental?

Pseudociência e Riscos Éticos

A Constelação Familiar mistura espiritualidade, misticismo e conceitos como “ordens do amor” e “influência de antepassados mortos”, sem respaldo em psicologia, neurociência ou epigenética. Por exemplo, termos como “campos mórficos” sugerem uma aura científica, mas são pseudociência, pois não seguem o método científico, como alerta Shermer (2018) em Why People Believe Weird Things. Portanto, isso é perigoso: pacientes podem abandonar tratamentos eficazes, como a Terapia Comportamental Dialética (TCD), que melhora a regulação emocional em 25%, segundo Linehan (1993).

Além disso, eticamente, a prática é problemática. Por exemplo, relatos indicam que facilitadores culpam pacientes ou seus ancestrais por sintomas, o que é prejudicial. De fato, um estudo de Neff (2011) na Journal of Personality mostra que a culpabilização aumenta a autocrítica em 20%, agravando quadros de depressão. Além disso, o uso da Constelação em contextos judiciais, como mediação familiar, viola a laicidade do Estado e o direito à ciência, conforme o CFP.

Pergunta reflexiva: Por exemplo, estou recorrendo à Constelação Familiar como uma forma de preencher um vazio que poderia ser tratado com acompanhamento psicológico sério?

Lista de Riscos da Constelação Familiar

  1. Primeiramente, ❌ Falta de evidência científica: Não há estudos controlados que validem sua eficácia.
  2. Em segundo lugar, ❌ Ausência de protocolo clínico: Sem regulação, aumenta o risco de má prática.
  3. Em terceiro lugar, ❌ Retraumatização emocional: Encenações intensas podem desorganizar pacientes vulneráveis.
  4. Em quarto lugar, ❌ Culpabilização da vítima: Atribuir sintomas a ancestrais é eticamente grave.
  5. Em quinto lugar, ❌ Mistura com misticismo: Confunde Psicologia com crenças não validadas.
  6. Por fim, ❌ Violação ética: Contraria diretrizes do CFP, passível de sanção.

Dica Prática 3: Priorize Terapias Validadas

Primeiramente, opte por abordagens como a TCC, TCD ou Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT). Por exemplo, pratique a “reestruturação cognitiva” da TCC: anote pensamentos automáticos (“sou culpado pelos meus problemas”) e substitua por alternativas realistas (“estou enfrentando desafios, mas posso buscar ajuda”). Portanto, isso reduz a ruminação em 20%, conforme Nolen-Hoeksema (2000).

Dica Prática 4: Reflita sobre suas Necessidades

Em segundo lugar, antes de buscar práticas como a Constelação, pergunte: “O que realmente preciso para meu bem-estar?” Por exemplo, escreva três objetivos emocionais (ex.: “sentir menos ansiedade”) e discuta-os com um psicólogo. Além disso, a Journal of Clinical Psychology (2023) mostra que definir metas claras melhora o engajamento terapêutico em 15%.

Psicólogo Marcelo Paschoal Pizzut promovendo saúde mental com práticas baseadas em evidências
Marcelo Paschoal Pizzut: Compromisso com a ciência e a ética

Conclusão

A Constelação Familiar pode parecer uma solução atraente, mas sua falta de base científica, riscos emocionais e violações éticas a tornam incompatível com a Psicologia. Por exemplo, a saúde mental merece abordagens validadas, como a TCC ou TCD, que respeitam a ciência e o bem-estar do paciente. Além disso, reflita: “Estou priorizando minha saúde mental com práticas confiáveis?” Em resumo, para mais conteúdos sobre bem-estar emocional, visite meu blog ou agende uma consulta em meu site.

Sobre o Autor

Marcelo Paschoal Pizzut, Psicólogo e Especialista em Terapia Comportamental Dialética (TCD). Por exemplo, com vasta experiência clínica, Marcelo combina ciência e empatia para promover bem-estar. Além disso, mais conteúdos em: https://marcelopsicologoonline.blogspot.com. Por fim, consultas online: https://psicologo-borderline.online/2022-12-contato-html.

Vídeo Relacionado

Por exemplo, assista ao vídeo abaixo para mais insights sobre os riscos da Constelação Familiar:

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