Início Precoce do TPB

 Início Precoce do Transtorno de Personalidade Borderline: Implicações e Abordagens de Intervenção

Introdução

O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) é conhecido por seu início precoce, com sintomas frequentemente emergindo durante a adolescência ou no início da idade adulta (Chanen & Kaess, 2012). O diagnóstico e o tratamento precoces são críticos para melhorar os resultados a longo prazo para os indivíduos afetados por este transtorno. Este artigo revisa a literatura científica sobre o início precoce do TPB, suas implicações e abordagens de intervenção.

Características do Início Precoce

Os sintomas do TPB, como instabilidade emocional, impulsividade, dificuldades nas relações interpessoais e autoimagem instável, frequentemente começam a manifestar-se durante a adolescência (Miller et al., 2008). Durante esse período de desenvolvimento, o cérebro ainda está em processo de maturação, e os adolescentes estão aprendendo a navegar nas relações sociais e a construir suas identidades. O surgimento de sintomas do TPB neste momento crítico pode exacerbar as dificuldades normais da adolescência e contribuir para problemas acadêmicos, sociais e de saúde mental.

Implicações

O início precoce do TPB tem várias implicações significativas. Os adolescentes com TPB têm maior risco de envolvimento em comportamentos de risco, como abuso de substâncias e comportamento sexual de risco (Stepp et al., 2014). Também existe um risco aumentado de depressão, ansiedade e autolesão. A presença de TPB durante a adolescência pode ter um impacto negativo no desempenho acadêmico e nas relações familiares, e pode contribuir para o desenvolvimento de comorbidades psiquiátricas (Sharp et al., 2012).

Abordagens de Intervenção

Dado o impacto potencialmente devastador do início precoce do TPB, é essencial identificar e intervir precocemente. A intervenção precoce pode incluir terapia familiar para ajudar os membros da família a compreender e responder adequadamente aos sintomas do TPB, bem como terapia individual para ajudar o adolescente a desenvolver habilidades de regulação emocional e resolução de problemas (Chanen et al., 2008). A Terapia Comportamental Dialética Adaptada para Adolescentes (DBT-A) é uma abordagem que foi adaptada especificamente para tratar adolescentes com TPB (Rathus & Miller, 2014).

Conclusão

O início precoce do Transtorno de Personalidade Borderline é uma questão de grande preocupação devido às suas implicações para o desenvolvimento e o bem-estar a longo prazo dos indivíduos afetados. A identificação e intervenção precoces são fundamentais para mitigar os impactos negativos do TPB e ajudar os adolescentes a desenvolver habilidades de enfrentamento eficazes. A pesquisa adicional sobre abordagens de tratamento específicas para adolescentes e jovens adultos com TPB é necessária para melhorar os resultados e a qualidade de vida dessa população.

O entendimento do início precoce do Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) é crucial para o desenvolvimento de estratégias de intervenção eficazes. Famílias, profissionais de saúde e educadores devem estar informados sobre os sinais e sintomas do TPB em jovens, bem como sobre as abordagens de tratamento disponíveis. A adoção de uma abordagem proativa e integrada pode melhorar significativamente os resultados para indivíduos com TPB e reduzir o impacto deste transtorno na vida de adolescentes e jovens adultos.

Referências

Chanen, A M., & Kaess, M. (2012). Developmental pathways to borderline personality disorder. Current Psychiatry Reports, 14(1), 45-53.

Miller, A. L., Muehlenkamp, J. J., & Jacobson, C. M. (2008). Fact or fiction: Diagnosing borderline personality disorder in adolescents. Clinical Psychology Review, 28(6), 969-981.

Stepp, S. D., Keenan, K., Hipwell, A. E., & Krueger, R. F. (2014). The impact of childhood temperament on the development of borderline personality disorder symptoms over the course of adolescence. Borderline Personality Disorder and Emotion Dysregulation, 1(1), 18.

Sharp, C., Ha, C., Michonski, J., Venta, A., & Carbone, C. (2012). Borderline personality disorder in adolescents: evidence in support of the Childhood Interview for DSM-IV Borderline Personality Disorder in a sample of adolescent inpatients. Comprehensive Psychiatry, 53(6), 765-774.

Chanen, A. M., Jackson, H. J., McCutcheon, L. K., Jovev, M., Dudgeon, P., Yuen, H. P., … & McGorry, P. D. (2008). Early intervention for adolescents with borderline personality disorder using cognitive analytic therapy: randomised controlled trial. The British Journal of Psychiatry, 193(6), 477-484.

Rathus, J. H., & Miller, A. L. (2014). DBT Skills Manual for Adolescents. Guilford Publications.

Referências adicionais para futuras pesquisas e leituras:

Paris, J. (2005). The development of impulsivity and suicidality in borderline personality disorder. Development and Psychopathology, 17(4), 1091-1104.

Crowell, S. E., Beauchaine, T. P., & Linehan, M. M. (2009). A biosocial developmental model of borderline personality: Elaborating and extending Linehan’s theory. Psychological Bulletin, 135(3), 495-510.

Marcelo Paschoal Pizzut

Em meio às incertezas da vida, encontre amor em cada gesto, esperança em cada amanhecer e paz em cada respiração. Acredite no poder do amor para unir corações, na esperança para superar desafios e na paz interior para irradiar harmonia ao mundo. Que o amor nos guie, a esperança nos inspire e a paz nos envolva em todos os momentos da jornada. Que essas três preciosidades sejam nossa força para construir um mundo melhor. Ame, espere e viva em paz.
Marcelo Paschoal Pizzut
Psicólogo Clínico

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