Instabilidade Emocional

Instabilidade Emocional no TPB: Uma Perspectiva Clínica 

A instabilidade emocional, caracterizada por flutuações rápidas e extremas no humor, é um dos principais sintomas do Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) e tem sido o foco de extensa pesquisa clínica (Zanarini et al., 2008).

Os pacientes com TPB experimentam uma variedade de emoções intensas, muitas vezes passando de momentos de extrema angústia para intensa raiva ou desespero em um curto espaço de tempo (Lieb et al., 2004). Além disso, eles podem ter dificuldade em controlar ou regular essas emoções, o que pode resultar em comportamentos impulsivos ou autodestrutivos (Yen et al., 2002).

A instabilidade emocional no TPB não apenas causa sofrimento significativo para os indivíduos afetados, mas também contribui para a cronicidade e a gravidade da doença. A instabilidade emocional tem sido associada a um pior prognóstico clínico, incluindo maior risco de automutilação e suicídio, maior utilização de serviços de saúde e menor qualidade de vida (Carpenter et al., 2009).

Acredita-se que várias causas subjacentes contribuam para a instabilidade emocional no TPB. Isso inclui predisposições genéticas, alterações neurobiológicas, como a disfunção do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA), e experiências de vida adversas, como trauma na infância ou abuso (Bandelow et al., 2015).

Em termos de tratamento, a Terapia Dialética Comportamental (DBT) tem mostrado promessas no manejo da instabilidade emocional no TPB. A DBT ensina habilidades de regulação emocional, que ajudam os indivíduos a entender e gerenciar suas emoções de forma mais eficaz (Linehan et al., 2006). No entanto, ainda é necessária mais pesquisa para desenvolver e avaliar intervenções para a instabilidade emocional no TPB.


Referências:

  • Bandelow, B., et al. (2015). Biological markers for anxiety disorders, OCD and PTSD – a consensus statement. Part II: Neurochemistry, neurophysiology and neurocognition. World J Biol Psychiatry.
  • Carpenter, R. W., et al. (2009). Emotional reactivity and regulation in individuals with psychopathic traits: Evidence for a disconnect between neurophysiology and self-report. Journal of Abnormal Psychology.
  • Lieb, K., et al. (2004). Borderline personality disorder. The Lancet.
  • Linehan, M. M., et al. (2006). Two-year randomized controlled trial and follow-up of dialectical behavior therapy vs therapy by experts for suicidal behaviors and borderline personality disorder. Archives of General Psychiatry.
  • Yen, S., et al. (2002). Affect lability and affect intensity as core dimensions of borderline personality disorder. Journal of Personality Disorders.
  • Zanarini, M. C., et al. (2008). A longitudinal study of the 10-year course of interpersonal features in borderline personality disorder. Journal of Personality Disorders.
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Marcelo Paschoal Pizzut
Psicólogo Clínico

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