TPB: NOMENCLATURA E EVOLUÇÃO DO TERMO
O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) é uma condição de saúde mental complexa e multifacetada. Desde sua identificação, a denominação da doença passou por várias mudanças e evoluções, reflexo da compreensão crescente dos profissionais de saúde mental sobre sua natureza e características.
A designação “borderline”, ou “limítrofe” em português, foi cunhada na década de 1930 por psicanalistas que descreviam pacientes que pareciam oscilar entre neuroses e psicoses, indicando um estado mental na “fronteira” entre esses dois extremos. Nesse sentido, o termo “borderline” refletia a ideia de que esses indivíduos se encontravam no limite, ou na “borda”, dos conhecidos espectros de neurose e psicose.
Com o tempo, à medida que a compreensão sobre a doença se aprofundava, a nomenclatura foi criticada por seu caráter impreciso e potencialmente estigmatizante. Além disso, ficou claro que o TPB não se encaixa perfeitamente na divisão tradicional entre neurose e psicose, tendo características únicas que merecem reconhecimento e definição própria.
Em vista disso, alguns profissionais e pesquisadores propuseram mudanças no nome do transtorno para algo que representasse mais adequadamente seus sintomas e características. Por exemplo, Marsha Linehan, a criadora da Terapia Comportamental Dialética (uma das terapias mais eficazes para o TPB), sugeriu a denominação “Transtorno de Desregulação Emocional”, a fim de destacar as dificuldades que os indivíduos com TPB têm no controle e gerenciamento de suas emoções. Outros nomes sugeridos incluem “Transtorno de Instabilidade Emocional” e “Transtorno de Personalidade Impulsiva”, ambos focados em características centrais do TPB.
Entretanto, até o momento, o termo “Transtorno de Personalidade Borderline” continua sendo o mais utilizado na literatura científica e na prática clínica. No entanto, é importante notar que, independentemente da nomenclatura, a prioridade é garantir que os indivíduos afetados por essa condição recebam o reconhecimento, o cuidado e o tratamento adequados para suas necessidades específicas.
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Marcelo Paschoal Pizzut
Psicólogo Clínico
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