Autoimagem

 Autoimagem em Indivíduos com TPB: Uma Análise Integrativa


O Transtorno da Personalidade Borderline (TPB) é um transtorno psiquiátrico complexo caracterizado por instabilidade emocional, impulsividade, autoimagem distorcida e padrões de relacionamento tumultuados. A autoimagem, definida como a percepção e compreensão que um indivíduo tem de si mesmo, é um elemento central do TPB e tem sido o foco de muitas pesquisas recentes.

A perturbação da autoimagem é um critério diagnóstico chave para o TPB no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, Quinta Edição (DSM-5). Essa perturbação é geralmente manifestada como uma autoimagem acentuadamente e persistentemente instável. Indivíduos com TPB podem ter dificuldade em manter uma percepção consistente de si mesmos, com sua autoimagem oscilando entre extremos, muitas vezes de uma forma que parece estar em resposta a eventos externos.

A natureza instável da autoimagem no TPB também pode contribuir para a impulsividade observada nesses indivíduos. Por exemplo, ações impulsivas podem ser uma tentativa de aliviar sentimentos de vazio ou desconforto que surgem de uma autoimagem inconsistente. Da mesma forma, os problemas de relacionamento no TPB podem ser parcialmente atribuídos à instabilidade da autoimagem, pois a percepção que um indivíduo tem de si mesmo pode influenciar suas expectativas e comportamentos em relacionamentos.

A pesquisa também sugere uma ligação entre a autoimagem instável e a tendência dos indivíduos com TPB para se automutilar ou ter pensamentos suicidas. Acredita-se que esses comportamentos possam ser uma forma de regular emoções intensas e angustiantes associadas a uma autoimagem negativa ou instável.

Tratamentos eficazes para o TPB, como a Terapia Comportamental Dialética e a Terapia Focada na Transferência, enfatizam a importância de abordar a instabilidade da autoimagem. Essas terapias trabalham para ajudar os indivíduos a desenvolver uma autoimagem mais estável e positiva, a gerenciar emoções intensas e a melhorar os padrões de relacionamento.

No entanto, apesar dos avanços recentes, ainda há muito a aprender sobre a natureza e o papel da autoimagem no TPB. Pesquisas futuras são necessárias para explorar mais profundamente os mecanismos subjacentes à instabilidade da autoimagem no TPB e para desenvolver intervenções mais eficazes para abordar esse aspecto central do transtorno.

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Marcelo Paschoal Pizzut
Psicólogo Clínico

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