“Borderline” – de uma forma amiga do cérebro PARTE 2

 

Trauma de Apego e o Transtorno de Personalidade Emocionalmente Instável

Ilustração de um cérebro representando a neurobiologia do trauma de apego
O trauma de apego influencia o sistema nervoso no TPEI.

O Transtorno de Personalidade Emocionalmente Instável (TPEI), também conhecido como borderline, está profundamente ligado ao trauma de apego, especialmente ao apego desorganizado. Esta relação ajuda a explicar os conflitos internos vividos por pessoas com esse diagnóstico, conforme destacado pelo Psicólogo Marcelo Paschoal Pizzut.

O Papel do Trauma de Apego

O trauma de apego ocorre quando uma figura de segurança, como um cuidador, é simultaneamente uma fonte de conforto e medo. Isso pode resultar de abuso, negligência ou falta de sintonia emocional prolongada. Essa dualidade cria “quartos duplos” no sistema nervoso, onde impulsos conflitantes – buscar proximidade e evitar o perigo – coexistem, gerando o que Pizzut descreve como uma “guerra civil” interna.

Pesquisas mostram que o apego desorganizado na infância, especialmente antes dos dois anos, é um preditor significativo do TPEI na idade adulta. Quando a figura de segurança é assustadora ou inconsistente, a criança não consegue regular sua ansiedade, levando a padrões de comportamento caóticos.

Apego Desorganizado e Conflitos Internos

No apego desorganizado, a criança enfrenta um dilema: a necessidade biológica de buscar segurança entra em conflito com o medo da mesma pessoa que deveria protegê-la. Isso resulta em respostas contraditórias, como buscar proximidade e, ao mesmo tempo, afastar-se. Esses padrões podem persistir na vida adulta, manifestando-se em relacionamentos instáveis e reações emocionais intensas, características do TPEI.

A ausência de outras figuras de segurança ou de um ambiente que valide as experiências da criança pode intensificar esses conflitos, tornando o contato interpessoal – e até a solidão – potencialmente desencadeadores de ansiedade.

TPEI como Sistema Traumatizado

O TPEI deve ser abordado como um sistema nervoso traumatizado, não apenas como um transtorno de personalidade. O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) não captura completamente a complexidade do trauma de apego, o que levou a propostas para um diagnóstico específico de trauma complexo. Essa abordagem reconhece que o TPEI é influenciado por experiências relacionais e pode ser tratado com intervenções focadas no apego.

Terapias que promovem a regulação emocional e o apego seguro, como a Terapia Dialético-Comportamental ou a Terapia de Esquema, podem ajudar a reorganizar esses padrões, oferecendo caminhos para relações mais estáveis.

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Psicólogo Marcelo Paschoal Pizzut, CRP 07/26008

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